domingo, 3 de junho de 2012

Falta 1 mês.

Não é novidade para os mais próximos que eu não estou completamente feliz. Eu tenho desabafado tanto sobre isso, ou reclamado mesmo, eu assumo. Quando, aos 17 anos, eu escolhi ser professora, eu tinha como referência os meus professores da época do ensino médio: pessoas felizes, valorizadas pelo colégio e pelos alunos, que tinham autonomia para realizar seu trabalho da maneira que acreditavam ser a melhor, e também, por que não dizer, bem remunerados. A ideia de estar à frente de uma sala de aula me encantava. Ser parte da construção do conhecimento dos alunos, da EDUCAÇÃO deles; ser para muitos uma referência de caráter, ser admirada por eles, reconhecida. E quando eu fechava os olhos e me imaginava ali na frente, transmitindo tudo o que eu sabia, eu tinha a certeza de que era isso que eu queria pra mim, pra minha vida. Eis que 7 anos depois eu me vejo assim: a um fio de desistir de tudo... me sentindo amargurada, frustrada, insatisfeita... levando os dias como uma contagem regressiva até o fim desse martírio. Eu não sei em que momento exatamente caiu a ficha. Sei que hoje me vejo dessa maneira. São tantas dúvidas: por que eu achei que queria isso pra mim? Eu estava louca? Eu mudei tanto assim? E uma angústia enorme se instala no meu peito. As escolas nas quais trabalham não me pagam bem, os alunos não respeitam os professores e querem fazer da aula uma zona, e pouco importa o que o professor tem pra ensinar, a direção não te valoriza como profissional. Meu Deus... é tudo tão diferente dos meus sonhos, da referência que eu tive sobre a vida de um educador. E eu, depois de muito me interrogar se era uma questão de estar insatisfeita com o emprego ou com a profissão, decidi que não quero mais essa vida pra mim! E agora? E agora que tudo se torna tão mais difícil... se fosse uma questão de mudar de emprego, seria tão simples... mas o fato é que cheguei à conclusão de que não é esse o caminho que quero pra mim. E aí vem outro turbilhão de dúvidas e angústias. Foi assim que eu imaginei que ia estar quando, aos 18, eu imaginava minha vida futura? Nem perto disso... tenho quase 25 e não construí nada! Sinto que joguei minha chance de dar certo no lixo, joguei fora todos esses anos, os melhores da minha vida. E o mais difícil disso tudo é achar o novo rumo. Aquilo que vai me fazer feliz e realizada. Eu gosto de tanta coisa, mas não sei para o que eu nasci, sabe? Não consigo ver algo e pensar "É a minha cara! Se eu não for isso, não serei mais nada". Eu não posso me dar ao luxo de errar de novo. E é essa obrigação de acertar faz com que eu não encontre meu caminho. Às vezes eu acho que existem pessoas que nasceram pra brilhar na vida profissional e outras não. Eu penso que estou no segundo grupo. A vida não tem sido fácil esses últimos dois anos, e cada dia tem sido pior...
Eu me sinto empurrada, forçada, anulando os 5 dias da minha vida (que são os que eu trabalho) e vivendo apenas o final de semana. Mas e aí... e esses 5 dias perdidos toda semana? Eles não voltam! Eu me sinto jogando vida no lixo. E é por isso que, a um mês do meu aniversário, eu não sinto a mínima vontade de comemorar. Em outras épocas eu já estaria com vestido e sapato comprados, bolo escolhido, lista pronta...
Mas agora eu me pergunto o que eu vou celebrar... e não vejo razão.
Sim, minha família me faz feliz, meu amor me faz feliz. Mas EU não estou fazendo de mim mesma uma pessoa feliz. E aniversário, ao meu ver, é a comemoração da SUA vida, do que você faz/está fazendo ou espera dela. E eu... bem, eu estou fazendo da minha vida algo insuportável, como uma bomba relógio, que está prestes a explodir. Eu, nesse momento, nem mesmo sei o que esperar da vida ou que rumo tomar.
De verdade, minha intenção não era fazer desse blog um mar de lamentações. Mas hoje, quando me toquei que era 3 de junho e que, por essa razão, faltava um mês pros meus 25 anos e eu estava sem vontade de nada, tive que desabafar.
Eu espero fazer outro post em breve. E que nele eu descreva a minha felicidade profissional. E lembre disso tudo apenas como quem olha pra trás e respira aliviado. Mas sem mágoas ou frustrações.
Bom domingo!

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